segunda-feira, 11 de abril de 2011

U2 dá ao Brasil o mais grandioso show de rock da história

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O que é preciso para que um show seja inesquecível? Em alguns casos basta gostar da banda. Ou seja, um show do U2 sem palco 360º, sem um telão mutante, sem passarelas e espetáculo de luzes já seria suficiente para eternizar o momento para os fãs, de todos os estados, incluindo muitos paranaenses e curitibanos, que compareceram ao Morumbi neste sábado (9). Mas justamente por aliar tudo que citei acima com som de qualidade, uma mescla de clássicos e músicas novas e simpatia com o público, que o U2 justifica o fato de ser a maior banda de rock em atividade no mundo.

O Muse, que é uma grande banda, comparada por Bono ao Cream e Jimi Hendrix Experience como um power trio de grande futuro, realmente tem uma longa carreira pela frente, que certamente será de muito sucesso. Na verdade já é, ainda que não tenha no Brasil a mesma representatividade que já alcançou na Europa. Mesmo assim, ao lado do U2, e por todos esses fatores, o grande show do Muse mostra a diferença do tamanho entre as bandas.

Em 45 minutos, oito músicas que empolgaram e aqueceram boa parte dos presentes. Os mais velhos parecem não ter gostado. Mas sem dúvida uma grande e bela abertura para um grande show. Fica a torcida para que o Muse volte ao Brasil com um show próprio em breve.

Terminado o show de abertura, começa um trabalho que dura cerca de uma hora para deixar o palco pronto para a atração principal. A chuva que caiu durante todo o show do Muse parou apenas para ver o U2 e voltou assim que os irlandeses deixaram o palco.

Um palco que surpreende pelo tamanho e estrutura, certamente jamais visto no Brasil, e milhares de pessoas lotando o Morumbi aguardavam o U2. E como o show da maior banda de rock do mundo poderia começar em São Paulo? Eis que após um breve e aguardado silêncio dos equipamentos de som começa em altíssimo volume o samba Trem das Onze, na voz dos Demônios do Garoa. Era o que bastava para, pela primeira vez na noite, todos os presentes, surpresos, cantarem e dançarem. Começava ali um show inesquecível.

Space Oddity, de David Bowie, mostra imagens da chegada da banda no telão e leva o público ao delírio. A gritaria é tanta que é difícil ouvir a música. Os quatro donos da noite começam então o show com Even Better Than The Real Thing, seguida pelo clássico I Will Follow. Pronto, estava pago o ingresso.

Mas era só o começo. Get On Your Boots e Magnificent, do mais recente álbum No Line On The Horizon, foi cantada em coro pelo público. Uma prova que, ao contrário do que muitos dizem, o cd lançado em 2009 não desagradou os fãs da banda.

Mysterious Ways antecipa um dos momentos mais intensos do show. A dobradinha Elevation / Until The End Of The World balançou o Morumbi. Na segunda, The Edge solou sobre uma das passarelas que passeia sobre a cabeça do público que conseguiu chegar cedo e ficar próximo ao palco.

I Still Haven't Found What I'm Looking For é um dos momentos máximos do show. Sem acompanhamento de Bono no vocal, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. tocam para o Morumbi cantar. Com a sequência de três músicas do All That You Can`t Leave Behind (Stuck In A Moment You Can't Get Out Of, Beautiful Day e In a Little While), Bono sacramentou, falando em português, que essa era a 'balada' do dia em São Paulo. Ainda brincou com o fato de os paulistanos comerem pizza antes da balada e classificou cada membro da banda como um tipo de pizza. Clayton, o exótico, seria de banana, Edge, o obscuro, a de jaca ou a de "minhinhoca", Mullen, sem queijo, sem molho de tomate, sem massa, seria apenas a pizza "boa pinta".

Como também não poderia deixar de faltar, antes de Beautiful Day, Bono escolheu uma jovem do público e ficou sentado ao lado dela no palco. Ela recebeu uma folha e declamou um trecho de Carinhoso, que terminou com os dois dizendo "Serei feliz, bem feliz".

Miss Sarajevo coroou o grande show de Bono que faz uma belíssima interpretação cantando em italiano. City Of Blinding Lights, Vertigo e I'll Go Crazy If I Don't Go Crazy Tonight abusaram dos efeitos do mega telão. Depois, o show seguiu com um dos hinos da banda, Sunday Bloody Sunday. Scarlet e a linda Walk On são homenagens a Aung San Suu Kyi, líder asiática que ficou 21 anos presa por ser contra o governo de Mianmar e vencedora do Nobel da Paz. Com isso, terminava a primeira parte do show.

No retorno, Desmond Tutu apareceu no telão para passar uma mensagem pela campanha contra a Aids na África. Nessa parte do show, One, seguida por Help (cover dos Beatles) e Where The Streets Have no Name com milhares de bexigas amarelas, verdes e azuis no público, fato que nitidamente surpreendeu os membros da banda.

No último trecho do show, o microfone e a roupa cheios de efeitos apareceram para Bono cantar Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me e With Or Without You. Antes da canção que encerrou o show, Moment of Surrender, o líder do grupo fez questão de lembrar o massacre no colégio de Realengo, no Rio de Janeiro, enquanto o telão exibiu o nome de todas as vítimas do atentado. Terminava assim o maior show de uma banda de rock que o Brasil já viu.

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Nos vídeos, o Muse toca Starlight e o U2 In A Little While, Where The Streets Have No Name e Moment Of Surrender, tudo gravado no último sábado.







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